#FATO: Cota para negros


Falar sobre a cota racial para negros nas universidades públicas é um assunto muito delicado, há quem é a favor e também há pessoas que não acham certo esse meio de uma pessoa (independente da raça) entrar na faculdade sem ter o mérito.

No final do mês de abril o ministro Ricardo Lewandowiski, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF) foi a favor da constitucionalidade das cotas para negros em universidades públicas, e assim foi rejeitado os pedidos para suspendê-las.

Para o ministro o objetivo dessa cota é para corrigir desigualdades sociais, principalmente, baseada na cor da pele. Do total de vagas na universidade, 20% tem que ser destinada aos negros.

Muita gente acha que isso é errado, pois temos que entrar na universidade por mérito, pela disposição de estudar e passar em uma universidade pública, que é um dos sonhos dos jovens brasileiros e isso acaba sendo muito difícil, já que a concorrência é grande.

Assistindo ao Programa do Jô, na sexta-feira, dia 04, um dos convidados foi o professor Nailôr Marques Jr., ele falou sobre o escritor Machado de Assis, mas em um dos seus comentários, ele citou, indiretamente, sobre a cota para negros.

Como algumas pessoas gostam de querer comparar o Brasil com os Estados Unidos, vendo o defeito de um que deveria seguir o exemplo do outro, respectivamente. O professor comentou que nos Estados Unidos não há essas cotas, os alunos tem querem realmente entrar para a universidade ele tem que batalhar para isso, ter a força de vontade de estudar e passar no vestibular.

Por isso, ele acha que o Brasil está criando um profissional fraco, pois apesar de ter cota para negros, as pessoas muitas vezes não tem força de vontade para estudar (independente da raça). Ele ainda ressalta que a universidade não é para todo mundo, nos Estados Unidos ninguém passa a mão na cabeça das pessoas, só quem entra nas universidades é quem é bom mesmo.

Não estou criticando o que o STF fez, nem as pessoas que foram contra a cota, mas há dois lados, vendo esses lados podemos ter uma noção da realidade. Uma pergunta simples, porque somente para os negros? E não para alunos de escolas públicas em geral. É o que poderia ser feito, ter cota para alunos que sempre estudaram em escolas públicas, já que todos nós sabemos que o ensino é fraco, ao contrário de escolas particulares. Que pagam mais aos professores e acaba sendo mais proveitoso.

Por exemplo, um aluno de raça branca que estudou em escola pública a vida inteira, pode perder a vaga na universidade por causa dessa cota, que a mesma coloca um aluno de raça negra que estudou em escola particular a vida inteira e tem condições de pagar uma universidade particular. Isso acaba sendo errado, não apenas por ingressar em universidades públicas, mas tirar a vaga de quem realmente mereça isso (não que ele não mereça).

Como citei no começo desse artigo, é uma questão que dá o que falar. Lembrando que não estou expondo as minhas vontades, mas sim mostrando as diferentes faces desse assunto.

Um comentário:

Paulo Roberto I disse...

É difícil alguém que não tem o sangue afro entender a questão das quotas. Elas primeiramente tentam justificar de forma plural uma desumanidade que poderia ser penalizada de uma forma ainda mais pesada. Prém as quotas tem a intenção de ter o peso de uma ação trabalhista. Os negros trabalharam compulsoriamente sob situações totalmente desumanas, consequentemente os seus descendentes vivem em total desvantagem. As quotas seriam apenas uma tentativa de minimizar a ação desumana dos escravagistas do passado. Elas não tem a intenção de ser uma medida social, antes uma medida trabalhista que ofende aqueles que ainda estão acobertados pela nuvem de injustiça étnica. Minha bisavó foi escrava na casa de um ex governador de São Paulo (na cidade de Araxá-MG) Enquanto ele chegou ao governo do Estado, e seus parentes partícipes de posições em diversos setores do governo. Os filhos da Escrava foram: mecânico, sapateiro, pedreiro, etc. Não por vontade própria, mas por barreiras impostas pela cor da pele e consequentemente o posicionamento social. Paulo Roberto I