Balanço do cinema em 2013 – Parte 1


O ano de 2013 está chegando ao fim. Para o cinema isso significa a hora de fazer um balanço de tudo o que nos foi mostrado nas salas de cinema (ou em home vídeo) durante esse longo percurso. Pensando nisso, resolvemos criar esse especial apresentado os erros e acertos de 2013. O especial levará em conta o gosto do grande público, a recepção da crítica, e a parte financeira (a bilheteria do filme).



OS PRIMEIROS BLOCKBUSTERS

O conceito de blockbuster, ou arrasa-quarteirão (na tradução literal), sempre foi associado aos filmes do verão americano, época do meio de ano na qual os estúdios revelam seus bens mais preciosos. Atualmente, no entanto, recebemos grandes produções logo no início de cada ano. Isso mostra a indústria de Hollywood funcionando (ou ao menos tentando) a todo vapor. O primeiro grande sucesso (inusitado) do ano foi o prazer culposo João e Maria – Caçadores de Bruxas.




O filme é uma adaptação violenta e de censura alta (o que inclui nudez) do conto de João e Maria. Rechaçado pela crítica, e com apenas 88 minutos de exibição, a obra rendeu para os cofres da Paramount quase $230 milhões mundialmente. O fato faz dele um sucesso incontestável, e o 28º filme mais rentável do ano (por enquanto). Uma continuação já é planejada. Igualmente desprezado pelos críticos, G.I. Joe – Retaliação (segunda aventura dos bonecos da década de 1980 no cinema) trouxe Dwayne Johnson como protagonista, e uma participação de Bruce Willis.



Com seus muitos efeitos, e cenas de ação, o filme se tornou um dos grandes sucessos do ano arrecadando quase $400 milhões ao redor do mundo (com grande êxito fora dos EUA), e óbvio, uma terceira parte já encomendada também pela Paramount. Oz: Mágico e Poderoso foi planejado para ser grande, afinal trata-se de uma pré-sequência de um dos mais imortais e queridos filmes do cinema, O Mágico de Oz.



Com um grande elenco jovem, que inclui James Franco, Mila Kunis, Michelle Williams eRachel Weisz, o filme é um dos maiores sucessos do ano, e figura como a oitava maior bilheteria de 2013 (por enquanto). Oz também recebeu o aval de mais da metade dos críticos.



Já Jack – O Caçador de Gigantes, embora não seja um filme ruim (como afirma a maioria dos especialistas), não caiu nas graças do público se tornando a primeira bomba do ano, e rendendo prejuízo para a Warner. Essa é outra adaptação de um conto infantil antigo, dessa vez o de João e o Pé de Feijão. Ao contrário do subversivo João e Maria, Jack talvez seja inocente demais.

AÇÃO À MODA ANTIGA

2013 também viu ressurgir verdadeiros dinossauros, num subgênero cada vez mais restrito, os filmes de ação. Reis na década de 1980 e 1990, o cinema de hoje talvez não tenha mais lugar para eles. Assim, Sylvester Stallone e Arnold Schwarzeneggeramargaram fracassos em seus filmes solo no início do ano.



O primeiro foi Arnold, que volta como protagonista após dez anos, em O Último Desafio. O filme recheado de humor, conta ainda com o brasileiro Rodrigo Santoro, e recebeu aprovação da crítica, mas arrecadou menos de $40 milhões.



Sorte pior teve seu parceiro Stallone. Alvo Duplo é um filme mais violento do que divertido. Não recebeu aprovação da crítica, e arrecadou menos de $10 milhões nos EUA.



Bruce Willis, outro veterano da época, apostou em seu personagem mais famoso. Duro de Matar – Um Bom Dia para Morrer é o pior exemplar da franquia, e leva John McClane para fora dos Estados Unidos pela primeira vez. O filme faz O Último Desafio e Alvo Duplo parecerem esforços muito mais honestos por comparação. Mesmo assim, o novoDuro de Matar arrecadou mais de $300 milhões ao redor do mundo, recebendo seu aval. Isso mostra a força de uma franquia consagrada.



O verdadeiro filme bom de ação à moda antiga não contou com nenhum dinossauro da ação, mas sim com Gerard Butler à frente de um grande elenco de nomes como Aaron Eckhart e Morgan Freeman, em Invasão à Casa Branca. Um dos filmes mais legais do ano, esse é o verdadeiro novo Duro de Matar. O filme, no entanto, não fez o mesmo sucesso do verdadeiro Duro de Matar.

ADAPTAÇÕES LITERÁRIAS JUVENIS

O início do ano não foi muito generoso para aspirantes a novos Harry Potter,Crepúsculo, e afins. A Hospedeira é escrita pela mesma Stephenie Meyer deCrepúsculo, e fala sobre uma história envolvendo alienígenas (ao invés de vampiros e lobisomens), mas ainda conta com um triângulo amoroso.



O filme é tão estranho quanto a série dos vampiros reluzentes, já que a protagonista vivida pela ótima Saoirse Ronan possui duas personalidades habitando o mesmo corpo. O filme não vingou.



Meu Namorado é um Zumbi é dito ter um livro base bem legal, mas a proposta do filme é realmente aproximar-se de Crepúsculo. Saem vampiros e lobisomens, e entram zumbis. O filme pode ser considerado um dos sucessos do ano, com mais de $100 milhões em bilheterias mundiais, e uma aprovação de 81% da imprensa americana.



Já o divertidinho Dezesseis Luas (que é muito superior a Crepúsculo) não teve tanta sorte. Arrecadou apenas $60 milhões mundialmente, e não foi aprovado por grande parte da crítica. O que mina as chances de uma sequência.



As fãs fiéis do escritor romântico Nicholas Sparks garantiram o sucesso de mais um filme adaptado de um romance seu. Um Porto Seguro traz a belíssima Julianne Hough como protagonista. O filme fez mais de $70 milhões mundialmente, mas foi detonado pela crítica, com apenas 12% de aprovação. Uma das médias mais baixas do ano.



Por fim, Os Croods não é uma adaptação, mas uma animação original da Fox sobre uma família da idade da pedra. O filme agradou os críticos, e com quase $600 milhões no mundo, é o sexto filme mais rentável do ano.

COMÉDIAS

Começando pelos que não funcionaram, uma das maiores decepções do início de ano foi O Mágico Burt Wonderstone. Comédia conceitual sobre ilusionistas de Las Vegas, o filme tem alguns dos maiores nomes do humor americano como Steve Carell e Jim Carrey(ensaiando uma volta).



No entanto, merecidamente o filme passou despercebido, com menos de 40% de aprovação da imprensa e $20 milhões em caixa nos EUA. No Brasil, o filme recebeu um lançamento direto em vídeo.



Outro que não foi notado, Admission ainda não chegou ao Brasil, e não tem data. Veículo para os talentosos Tina Fey e Paul Rudd, que fala sobre instituições de ensino para adolescentes, o filme não chamou a atenção dos críticos nem do público.



No meio termo, temos o alucinado Finalmente 18!. Típico filme de festas adolescentes, que também é um subgênero, a obra conta com o carisma de Miles Teller.



O maior sucesso no terreno do humor no início do ano (pelo menos nos Estados Unidos) foi Uma Ladra Sem Limites. Melissa McCarthy prova seu valor se consolidando como a comediante americana número 1 da atualidade. Aqui, ela interpreta uma vigarista, que sobrevive de dar golpes em pessoas como o personagem de Jason Bateman. Os críticos não gostaram, mas o filme fez mais de $130 milhões somente nos Estados Unidos.



O besteirol ainda sobrevive (infelizmente). Os filmes paródia perderam a força há muito tempo, pelos menos é o que pessoas sensatas pensariam. Ledo engano. No início do ano, algo hediondo chamado Inatividade Paranormal (comandado por Marlon Wayans, que pega descarada carona na série Todo Mundo em Pânico) foi lançado. E apesar dos apenas 10% de aprovação (uma das médias mais baixas da história) dos críticos, o público deu seu aval, e gerou $40 milhões para esse tormento. O que, claro, para um filme desse nível é o suficiente para que tenhamos que sofrer com uma continuação.

SUSPENSE E TERROR

Linha de Ação traz um bom elenco, comandado por Mark Wahlberg, Russell Crowe eCatherine Zeta-Jones. Com uma trama política envolvendo o prefeito de Nova York, esse filme era dito ser incendiário demais, e constar na lista negra dos filmes engavetados por anos e nunca produzidos.



Pois bem, chegou a vez do filme ver a luz do dia e… bem, nada. O filme é apenas ok, morno, e não gerou nem polêmica e nem foi devidamente aceito.



Chamada de Emergência trouxe a bela Halle Berry ao Brasil para o lançamento, e mostra uma operadora do 911 sofrendo com um psicopata. Apesar de um bom desempenho de Abigail Breslin (Pequena Miss Sunshine) em sua fase de adolescência, o filme é igualmente apenas ok.



Outro morno para frio, Caça aos Gângsteres prometia ser um dos pontos altos do início do ano. Um dos chamarizes sem dúvidas é o elenco, com Sean Penn, Josh Brolin, Ryan Gosling e Emma Stone. O resultado não foi satisfatório, e o filme mostrou-se uma mistura de Dick Tracy com Os Intocáveis, sem a metade do efeito de ambos.



Já na parte boa, temos Terapia de Risco. Dito ser um dos últimos filmes do autodenominado aposentado Steven Soderbergh, a produção traz um bom elenco (Channing Tatum, Catherine Zeta-Jones e Jude Law), e possui uma atuação certeira da musa Rooney Mara. A obra consegue ser ao mesmo tempo uma crítica à indústria farmacêutica, e um suspense intrigante com uma das melhores reviravoltas do ano. Com 84% de aprovação da imprensa, Terapia de Risco é um dos maiores sucessos de crítica do ano.



Sem Perdão marca a estreia americana do sueco Niels Aden Oplev, e sua reunião com a estrela original da série Millenium, Noomi Rapace. O filme é um suspense criminal bem explorado, mas infelizmente recebeu um lançamento direto para vídeo no Brasil.



Mama foi o primeiro terror de sucesso do ano. Baseado num curta, e produzido porGuillermo del Toro, esse é um filme de terror que faz bom uso de efeitos de computador. O filme ainda possui o prestígio de ter como protagonista a indicada ao Oscar duas vezes,Jessica Chastain. Mama fez quase $200 milhões mundialmente, o que para um filme de pequeno porte é ótimo, e já gera planos de uma sequência.



Finalizando, Spring Breakers – Garotas Perigosas fez parte do Festival do Rio, mas foi lançado em vídeo no Brasil logo após. Nos Estados Unidos, esse subversivo e apimentado filme foi um dos maiores sucessos financeiros do ano, levando em conta seu orçamento, e o número de salas de exibição.

CINEMA NACIONAL



O início do ano no Brasil trouxe a terceira parte das aventuras da indiazinha Tainá, em Tainá – A Origem. Exclusivamente para o público infantil, o filme lançado em janeiro e infelizmente não emplacou.



O mesmo ocorreu com Colegas, protagonizado por atores com síndrome de down. O filme teve inclusive uma grande campanha virtual para que o astro Sean Penn viesse à pré-estreia assisti-lo ao lado do protagonista, grande fã do ator. Sean Penn não veio, mas mandou buscar o jovem, que foi até os Estados Unidos conhecê-lo. A campanha virtual fez mais sucesso que o filme.



Já na parte dos que deram certo, A Busca tem como protagonista o ator brasileiro número 1 da atualidade, Wagner Moura. Qualquer projeto em que o ator esteja gera expectativa e público. Aproveitando isso, Moura soube utilizar seu status para impulsionar esse thriller dramático elogiado pela imprensa.



No quesito sucesso de público, o grande filme nacional do início de 2013 foi Vai que dá Certo. Uma comédia de assalto, protagonizada por grandes nomes do humor brasileiro, como Bruno Mazzeo e Fábio Porchat, donos de gordas bilheterias por aqui.

FONTE: Cinepop

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